Arquivo do mês: abril 2010

Mais ovos: desta vez enviados pelo “coelhinho” João Cabral de Melo Neto

João Cabral de Mello Neto (Recife, 9 de janeiro de 1920 — Rio de Janeiro, 9 de outubro de 1999) foi um poeta e diplomata  brasileiro. Sua obra poética, caracterizada pelo rigor estético, com poemas avessos a confessionalismos e marcados pelo uso de rimas toantes, inaugurou uma nova forma de fazer poesia no Brasil.

Irmão do historiador Evaldo Cabral de Melo e primo do poeta Manuel Bandeira e do sociólogo Gilberto Freyre, João Cabral foi amigo do pintor Joan Miró e do poeta Joan Brossa. Membro da Academia Pernambucana de Letras e da Academia Brasileira de Letras, foi agraciado com vários prêmios literários. Ele não compareceu a nenhuma reunião da Academia Pernambucana de Letras como acadêmico, nem mesmo a sua posse.

Foi eleito membro da ABL em 15 de agosto de 1968 e empossado em 6 de maio de 1969. Quando morreu, em 1999, especulava-se que era um forte candidato ao Prêmio Nobel de Literatura.

Já com 18 anos, começa a frequentar a roda literária do Café Lafayette, que se reúne em volta de Willy Lewin e do pintor Vicente do Rego Monteiro, que regressara de Paris por causa da guerra.

Em 1940 viaja com a família para o Rio de Janeiro, onde conhece Murilo Mendes. Esse o apresenta a Carlos Drummond de Andrade e ao círculo de intelectuais que se reunia no consultório de Jorge de Lima. No ano seguinte, participa do Congresso de Poesia do Recife, ocasião em que apresenta suas Considerações sobre o poeta dormindo.

É removido, em 1947, para o Consulado Geral em Barcelona, como vice-cônsul. Adquire uma pequena tipografia artesanal, com a qual publica livros de poetas brasileiros e espanhóis. Nessa prensa manual imprime Psicologia da composição. Nos dois anos seguintes ganha dois filhos, Inês e Luiz. Residindo na Catalunha, escreve seu ensaio sobre Joan Miró, cujo estúdio frequüenta. Miró faz publicar o ensaio com texto em português, com suas primeiras gravuras em madeira.

Quando o leitor é confrontado com a poesia de Cabral percebe-se, a princípio, de um certo número de algumas dualidades antitéticas, por vezes obsessivas. Entre espaço  e tempo, entre o dentro e o fora, entre o maciço e o não-maciço… Entre o masculino  e o feminino, entre o Nordeste desértico e a Andaluzia  fértil, ou entre a caatinga desértica e o úmido Pernambuco. É uma poesia  que causa algum estranhamento porque não é emotiva, mas sim cerebral.  Ele não recorre ao pathos (paixão) para criar uma atmosfera poética, mas a uma construção elaborada e pensada da linguagem e do dizer da sua poesia.

Estranhamente, João Cabral escreveu um poema sobre a Aspirina, que tomava regularmente, chamando-a de Sol, de Luz… De fato, desde sua juventude João Cabral tomava de três a dez aspirinas por dia. Certa vez, em entrevista à TV Cultura, ele contava que boa parte da inspiração (inspiração sempre cerebral) provinha da aspirina, que a aspirina o salvava da nulidade.

Obras

  • Pedra do Sono (1942)
  • Os Três Mal-Amados (1943)
  • O Engenheiro (1945)
  • Psicologia da Composição com a Fábula de Anfion e Antiode (1947)
  • O Cão sem Plumas (1950)
  • O Rio ou Relação da Viagem que Faz o Capibaribe de Sua Nascente à Cidade do Recife (1954)
  • Dois Parlamentos (1960)
  • Quaderna (1960)
  • A Educação pela Pedra (1966)
  • Morte e Vida Severina (1966)
  • Museu de Tudo (1975)
  • A Escola das Facas (1980)
  • Auto do Frade (1984)
  • Agrestes (1985)
  • Crime na Calle Relator (1987)
  • Primeiros Poemas (1990)
  • Sevilha Andando (1990)

Prêmios

  • Prêmio Camões — 1990
  • Neustadt International Prize for Literature — 1992
  • Prêmio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana — 1994

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Elogios ao Ovo

I

Ao olho mostra a integridade
de uma coisa num bloco, um ovo.
Numa só matéria, unitária,
maciçamente ovo, num todo.

Sem possuir um dentro e um fora,
tal como as pedras, sem miolo:
é só miolo: o dentro e o fora
integralmente no contorno.

No entanto, se ao olho se mostra
unânime em si mesmo, um ovo,
a mão que o sopesa descobre
que nele há algo suspeitoso:

que seu peso não é o das pedras,
inanimado, frio, goro;
que o seu é um peso morno, túmido,
um peso que é vivo e não morto.

II

O ovo revela o acabamento
a toda mão que o acaricia,
daquelas coisas torneadas
num trabalho de toda a vida.

E que se encontra também noutras
que entretanto mão não fabrica:
nos corais, nos seixos rolados
e em tantas coisas esculpidas

cujas formas simples são obra
de mil inacabáveis lixas
usadas por mãos escultoras
escondidas na água, na brisa.

No entretanto, o ovo, e apesar
de pura forma concluída,
não se situa no final:
está no ponto de partida.

III

A presença de qualquer ovo,
até se a mão não lhe faz nada,
possui o dom de provocar
certa reserva em qualquer sala.

O que é difícil de entender
se se pensa na forma clara
que tem um ovo, e na franqueza
de sua parede caiada.

A reserva que um ovo inspira
é de espécie bastante rara:
é a que se sente ante um revólver
e não se sente ante uma bala.

É a que se sente ante essas coisas
que conservando outras guardadas
ameaçam mais com disparar
do que com a coisa que disparam.

IV

Na manipulação de um ovo
um ritual sempre se observa:
há um jeito recolhido e meio
religioso em quem o leva.

Se pode pretender que o jeito
de quem qualquer ovo carrega
vem da atenção normal de quem
conduz uma coisa repleta.

O ovo porém está fechado
em sua arquitetura hermética
e quem o carrega, sabendo-o,
prossegue na atitude regra:

procede ainda da maneira
entre medrosa e circunspeta,
quase beata, de quem tem
nas mãos a chama de uma vela.

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Ilustração: C. de A.

Coelhinho da Páscoa, que trazes pra mim?

Um ovo, dois ovos, três ovos, assim!

Tem criança que não gosta de ovo de galinha, mas nunca vi alguém rejeitar ovo de chocolate. E no domingo de Páscoa os adultos também se transformam em crianças gulosas e ajudam a saborear as gostosuras que o Coelhinho traz para todo mundo.

Os povos antigos – muito antes dos Judeus e Cristãos terem transformado a Páscoa em data tradicional de seus respectivos ritos, embora por diferentes motivos – celebravam a chegada da Primavera com homenagem a  Eostre ou Ostera, deusa da estação das flores, das plantas renovadas, das árvores mais uma vez enverdecidas e também da época de reprodução de muitos animais. Ela também é conhecida como Eostra, Eostrae, Eastre e Estre. Note-se que Páscoa em inglês é Easter e em alemão Ostern, com certeza palavras derivadas do nome da deusa

Eostre, deusa pagã da Primavera

Eostre tinha sempre em suas mãos um ovo, a simbolizar o início de nova vida. Junto a ela, o coelho, símbolo da fertilidade. As antigas lendas que envolvem a sua história têm explicação para isso.

Seu nome tem origem no advérbio anglo-saxão ostar, que quer dizer sol nascente ou “sol que sobe. Daí sua associação com a aurora e, depois, com a luz radiante da Primavera, estação que trazia alegria para o povo e coisas boas para a mãe Terra.

Os gregos também tiveram uma deusa para a Primavera e seu nome era Eos. E eos, em grego, quer dizer aurora. Também há quem a identifique com Ishtar e Astarte, respetivamente deusas da Primavera da Babilônia e da Fenícia.

As lendas também contam que Eostre nutria predileção por crianças, que a seguiam por onde passasse. A deusa cantava e brincava com elas. Em um desses encontros, um pássaro pousou nas mãos de Eostre. Ela, então, pronunciou palavras mágicas e transformou o pássaro em seu animal favorito, uma lebre. Embora as crianças tivessem se maravilhado com a magia, meses mais tarde notaram que a lebre não se mostrava alegre, já que não podia mais voar ou cantar. Pediram, portanto, que a deusa retirasse o encantamento, mas suas tentativas foram em vão. Explicou às crianças que, como já estavam no Inverno, suas forças mágicas estavam diminuídas. Mas tentaria novamente na próxima Primavera.

Quando a Primavera retornou, Eostre fez com que a lebre voltasse à forma original de pássaro, durante certo tempo. Grato à deusa, o pássaro botou ovos em sua homenagem. E, também em consideração às crianças, que pediram sua liberdade, o pássaro, quando novamente voltou a ser uma lebre, pintou os ovos e os distribuiu em todo o mundo.

E acabou-se o que era doce.

Acabou não, porque amanhã tem mais chocolate.

Voltemos à Poesia

De grão em grão, a galinha enche o papo. E de ovo em ovo, podemos encher cestas de alegria e cornucópias de Poesia, já que estamos falando de fertilidade e fartura. Fui buscar ovos nos ninhos de Calíope, Polímnia, Euterpe e Erato e elas me ofertaram uma preciosiade: um poema talvez inspirado diretamente pelas musas, em seus tempos de mando no Olimpo, em companhia de Apolo. Trata-se do primeiro poema visual da história da Poesia, composto três séculos antes de Cristo, por Símias de Rodes. Abaixo, uma imagem do poema original, com duas dificuldades: é quase ilegível e o texto está escrito em grego antigo.  Em seguida, a exímia versão para o Português, feita pelo poeta brasileiro José Paulo Paes. Como a composição de J. P. Paes foi feita, em suas primeiras publicações, em outros sistemas gráficos, utilizei novos programas para “ovalar” melhor o poema.  Sobre o tradutor e o tema dos poemas visuais o Banco da Poesia se dedicará, em breve. (C. de A.)

O Ovo, de Símias de Rodes, versão de José Paulo Paes


A Paixão elegíaca de Camões

À Paixão de Cristo Nosso Senhor

Luís Vaz de Camões (1524-1580)

Se quando contemplamos as secretas
causas, por que o mundo se sustenta,
o revolver dos céus e dos planetas;

e se quando a memória se apresenta
este curso do sol, que é tão medido
que um ponto só não mingua nem se aumenta;

aquele efeito, tarde conhecido,
da lua, em ser mudável tão constante
que minguar e crescer é seu partido;

aquela natureza tão possante
dos céus, que tão conformes e contrários
caminham, sem parar um breve instante;

aqueles movimentos ordinários,
a que responde o tempo, que não mente,
cos efeitos da terra necessários;

se quando, enfim, revolve sutilmente
tantas cousas a leve fantasia,
sagaz, escrutadora e diligente;

vê bem, se da razão só não desvia,
o altíssimo Ser, puro e divino,
que tudo pode, manda, move e cria;

sem fim e sem começo, um ser contino;
um Padre grande, a quem tudo é possível,
por mais árduo que seja ao homem indino;

um saber infinito, incompreensível;
ua verdade que nas cousas anda,
que mora no visível e invisível.

Esta potência, enfim, que tudo manda,
esta causa das causas, revestida
foi desta nossa carne miseranda.

Do amor e da justiça compelida,
polos erros da gente, em mãos da gente
– como se Deus não fosse – perde a vida.

O cristão descuidado e negligente,
pondera isto que digo, repousado;
não passes por aqui tão levemente.

Não, que aquele Deus alto incriado,
Senhor das cousas todas, que fundou
o céu, a terra, o fogo e o mar irado,

não do confuso caos, como cuidou
a falsa teologia e povo escuro,
que nesta só verdade tanto errou;

não dos átomos falsos de Epicuro;
não do largo oceano, como Tales,
mas só do pensamento casto e puro.

Olha, animal humano, quanto vales,
que por ti este grande Deus padece
novo modo de morte, novos males.

Olha que o sol no Olimpo se escurece,
não por oposição doutro planeta,
mas só porque virtude lhe falece.

Não vês que a grande máquina inquieta
do mundo se desfaz toda em tristeza,
e não por natural causa secreta?

Não vês como se perde a natureza;
o ar se turba; o mar, batendo, geme,
desfazendo das pedras a dureza?

Não vês que os montes caem, a terra treme
e que, até na remota e grande Atenas
o sábio Dionísio sente e teme?

Ó sumo Deus, tu mesmo te condenas,
pelo mal em que eu só sou tão culpado,
a tamanhas afrontas, tantas penas!

Por mim, Senhor, no mundo reputado
por falso e por quebrantador da lei,
a fama a ti se põe de meu pecado.

Eu, Senhor, sou ladrão; tu, sumo Rei;
eu, só, furtei; tu, com ladrões padeces;
a pena a ti se dá do que eu pequei.

Eu, servo sem valor; tu, sumo preço,
em preço vil te pões, por me tirares
do cativeiro eterno, que mereço.

Eu, por perder-te; e tu, por me ganhares,
te dás aos homens baixos, que te vendem,
só para os homens presos resgatares.

A ti, que as almas soltas, a ti prendem;
a ti, sumo Juiz, ante juízes
te acusam, pelo error dos que te ofendem.

Chamam-te malfeitor, não contradizes;
sendo tu dos profetas a certeza,
dizem que quem te fere profetizes.

Riem-se de ti; tu choras a crueza
que sobre eles virá. A gente dura,
por quem tu vens ao mundo, te despreza.

O teu rosto, de cuja fermosura
se veste o céu e o sol resplandecente,
diante de quem muda está a Natura,

com cruas bofetadas da vil gente,
de precioso sangue está banhado
cuspido, arrepelado cruelmente.

Aquele corpo tenro e delicado,
sobre todos os santos sacrossanto,
de açoutes rigorosos flagelado;

depois coberto mal de um pobre manto,
que se pegava às carnes magoadas,
para dobrar-lhe as dores outro tanto.

Magoavam-no as chagas não curadas,
um tormento causando-lhe, excessivo,
ao despir pelas mãos cruéis e iradas.

As santíssimas barbas de Deus vivo,
de resplandor ornadas, lhe arrancavam,
para desempenhar Adão cativo.

Com cordas pelas ruas o levavam,
levando sobre os ombros o troféu
das vitórias que as almas alcançavam.


e tu que passas, homem cireneu,
ajuda um pouco este Homem verdadeiro,
que agora como humano enfraqueceu!

Olha que o corpo, aflito do marteiro
e dos longos jejuns debilitado,
não pode já co peso do madeiro.

Oh! Não enfraqueçais, Deus encarnado!
Essas quedas, que tanto vos magoam,
suportai, Cavaleiro sublimado!

Que aquelas altas vozes que lá soam,
dos padres são que estão no Limbo escuro,
que já de louro e palma vos coroam.

Todos vos bradam que subais ao muro
da cidade infernal, e que arvoreis
em cima essa bandeira mui seguro.

Oh Santos Padres, não vos apresseis,
que muito mais a Deus que a vós custaram
essas duras prisões em que jazeis!

Aquelas mãos, que o mundo edificaram,
aqueles pés, que pisam as estrelas,
com duríssimos pregos se encravaram.

Mas qual será a pessoa, que as querelas
da angustiada Virgem contemplasse,
que não se mova a dor e a mágoa delas,

e que dos olhos seus não estilasse
tanta cópia de lágrimas ardentes
que carreiras no rosto assinalasse?

Oh! Quem lhe vira os olhos refulgentes
desfazendo-se em lágrimas, regando
aquelas belas faces excelentes!

Quem a vira cos gritos ir tocando
as estrelas, a quem responde o Céu,
cos acentos dos Anjos retumbando!

Quem vira quando o claro rosto ergueu
a ver o Filho, que na Cruz pendia,
donde a nossa saúde descendeu!

Que mágoas tão chorosas que diria!
Que palavras tão míseras e tristes
para o Céu, para a gente espalharia!

Pois que seria, Virgem, quando vistes
com fel nojoso e com vinagre amaro
matar a sede ao Filho que paristes?

Não era este o licor suave e claro
que, para o confortar, então daríeis
a quem vos era, mais que a vida, caro.

Como, Virgem Senhora, não corríeis
a dar tetas puras ao Cordeiro
que padecer na Cruz com sede víeis?

Não só era esse, Senhora, o verdadeiro
poto, que vosso Filho desejava,
morrendo pelo mundo num madeiro;

mas era a salvação, que ali ganhava
para o mísero Adão, que ali bebia
na fonte, que do peito lhe manava.

Pois, ó pura e Santíssima Maria,
que enfim sentistes esta mágoa, quanto
a gravidade dela o requeria;

dessa Fonte sagrada e peito santo
me alcançai ua gota, com que lave
a culpa, que me agrava e pesa tanto.

Do licor salutífero e suave
me abrangei, com que mate a sede dura
deste mundo tão cego, torpe e grave.

Assi, Senhora, toda a criatura
que vive e viverá, que não conhece
a Lei do vosso Filho, santa e pura;

o falsíssimo herege, que carece
da graça, e com danado e falso esprito
perturba a Santa Igreja, que floresce;

o povo pertinaz, no antigo rito,
que só o desterro seu, que tanto dura,
lhe diz que é pena igual ao seu delito;

o torpe Ismaelita, que mistura
as leis, e com preceitos viciosos
na terra estende a seita falsa, impura;

os idólatras maus, supersticiosos,
vários de opiniões e de costume,
levados de conceitos fabulosos;

as mais remotas gentes, onde o lume
da nossa fé não chega, nem que tenham
religião algua se presume;

assi todos, enfim, Senhora, venham
confessar um só Deus crucificado,
e por nenhum respeito se detenham.

Mas de todos o vício já passado,
o Seu nome co vosso, neste dia,
seja por todo mundo celebrado;
e respondam os Céus: JESUS, MARIA.

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Ilustrações: imagens do filme A Paixão de Cristo, de Mel Gibson, 2004

Maio, mês de Poesia

Não me refiro, é claro, ao maio das noivas e das promessas de amor e fidelidade até que a morte ou outras atribulações separe os casais ajuramentados, nem ao mês das Marias e das Mães. Maio de 2010 registrará, nos dias 14, 15 e 16, o IV Encontro Internacional da Poesia, na cidade de Dois Córregos, São Paulo. Veja o convite abaixo.

Mas estão anunciados outros encontros importantes para o mesmo mês. De 15 a 22 de maio ocorrerá o VII Encontro Internacional de Poetas, na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. em Portugal. Segundo nota sobre o evento, ele  será subordinado ao tema As Línguas da Poesia. Alguém disse já que a língua da poesia é sempre a mesma, e sempre estrangeira. Eis o que, com a vossa ajuda, queremos repensar, considerando a materialidade do corpo na língua-órgão e na corporalidade dos gestos, a língua como comunidade falante, a singularidade na diversidade das falas, a intertraduzibilidade das expressões. O nosso objetivo é refletir sobre as mais diversas manifestações da poesia e os modos como ela diz o mundo, do puro canto à celebração, da proclamação ao silêncio, da intervenção à resistência, das continuidades às rupturas.

E em Funchal, na Ilha da Madeira, também em Portugal, será realizado o IV Encontro Internacional de Poesia. Seus organizadores anunciam que “este ano não nos limitaremos a ouvir a voz dos poetas, que vêm de vários países, mas também de ouvir o que têm a dizer sobre o mundo em que vivemos“.

Afinal, quem disse que a Poesia está morrendo?

Mensagem de Páscoa

Recebi uma mensagem de Páscoa de minha amiga de Goiás, a poeta Saramar Mendes de Souza. Quero compartilhá-la com os amigos do Banco da Poesia. Se o Coelho não piscar para você, clique na imagem.