Recebemos da Galícia um poema de Artur Alonso Novelhe, com o seguinte rtecado:
Surrealismo
cabeças de sereias que adornem o seu palácio
e tu não tens filhos
e eles não precisam, no teu seio, aconchegar-se
porque quando o tempo é de silencio
as fontes de pedra resultam sensatas
e no prado os corpos jazem
eternos, desnecessários e úmidos
como início, que são, da nova geração
glacial de alma
Daí que o primeiro ministro
evada orçamentos
e guarde detrás do desvão
astutos e árduos momentos
para vender, sem pudor, quilômetros de pátria
e ambientes
mas tu não precisas de uma bandeira
nem a pobreza dos fortes
aguarda dos teus remédios,
simplesmente como sujeito
da história desapareceste
tua mãe o sabe,
porque intui
qual é o preço a pagar no troco.
Gostaria poupar ânimo,
mas nunca se lhe ocorrera
como entregar teu corpo…
porque as orquídeas choram
esquecidas que o ar tudo agita
e os nomes que avisam
nunca deixam de parecer prelúdio:
olhos perdidos na grande penumbra
Os sonhos nunca aguardam um porquê
porque sempre para o regresso
têm as portas da casa abertas
como o silencio que chama as noites
como a cabeça de cisne no conto do alienado