Arquivo do mês: setembro 2010

Artur Novelhe surreal

Recebemos da Galícia um poema de Artur Alonso Novelhe, com o seguinte rtecado:

“Caro amigo Cleto, envio poema, por se você gosta e pode ser pendurado no Banco da Poesia.Tardei um bocadinho em enviar este poema pois, esta já pronto à sair a rua em meado de setembro, o meu terceiro livro de poemas intitulado: Filhos da Brêtema… e esteve trabalhando em ele todo este tempo.
Um grande abraço e, como sempre, parabéns pelo seu grande contributo à poesia.  Artur Alonso
Obrigado ao amigo Artur Alonso. Envie mais notícias sobre seu novop livro.

Surrealismo

O silencio chama às noites
cabeças de sereias que adornem o seu palácio
e tu não tens filhos
e eles não precisam, no teu seio, aconchegar-se

porque quando o tempo é de silencio
as fontes de pedra resultam sensatas

e no prado os corpos jazem
eternos, desnecessários e úmidos
como início, que são, da nova geração

glacial de alma

Daí que o primeiro ministro
evada orçamentos
e guarde detrás do desvão
astutos e árduos momentos
para vender, sem pudor, quilômetros de pátria
e ambientes

mas tu não precisas de uma bandeira
nem a pobreza dos fortes
aguarda dos teus remédios,
simplesmente como sujeito
da história desapareceste

tua mãe o sabe,
porque intui
qual é o preço a pagar no troco.
Gostaria poupar ânimo,
mas nunca se lhe ocorrera
como entregar teu corpo…

porque as orquídeas choram
esquecidas que o ar tudo agita
e os nomes que avisam
nunca deixam de parecer prelúdio:
olhos perdidos na grande penumbra

Os sonhos nunca aguardam um porquê
porque sempre para o regresso
têm as portas da casa abertas

como o silencio que chama as noites
como a cabeça de cisne no conto do alienado