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Hoje é dia de Walmor!

Não esqueçam: hoje, quinta-feira, dia 4 de fevereiro de 2010, é dia de cantarmos parabéns pra Walmor Marcelino na Biblioteca Pública do Paraná, às 19 horas. E vamos conhecer seu último livro, Ulciscor, que será lançado como homenagem aos 80 anos de nascimento do escritor, jornalista e poeta.

Presentes de José Dias Egipto

Recebi da cidade do Porto, Portugal, três livros enviados por José Dias Egipto, cujos trabalhos já publicamos por duas vezes no Banco da Poesia. Escrevo sobre a agradável surpresa na página de Crônicas.

Leia mais aqui.

Homenagem a Walmor Marcelino

No próximo dia 4 de fevereiro, quinta-feira, o jornalista, escritor e poeta Walmor Marcelino, que nos deixou no último mês de setembro, completaria 80 anos de vida. Familiares e amigos farão uma homenagem a ele, com o lançamento de seu último livro, Ulciscor, e leitura dramática de poemas e outros textos. O evento ocorrerá no auditório da Biblioteca Pública do Paraná, às 19 horas. Vamos lá levar a nossa saudade a Walmor!

Marilda Confortin convida

Perdi ontem. Mas hoje e amanhã tem mais.

Prossegue a mostra de cinema

Ainda não fui ver a Mostra Cinema e Direitos Humanos (ver post abaixo). Vou à noite. Mas para amanhã se anuncia uma produção premiada, que vale a pena ver. Refiro-me a Pro dia nascer feliz, de João Jardim (2006, 88 min). Transcrevo abaixo uma crítica bastante positiva, colhida no blog A Voz do Cidadão e publico o trailer do filme. Aproveitem.

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Sinopse

As adversas situações que o adolescente brasileiro enfrenta dentro da escola.
Meninos e meninos, ricos e pobres em situações que revelam precariedade, preconceito, violência e esperança. Em três estados brasileiros, em classes sociais distintas, adolescentes falam da vida na escola, seus projetos e inquietações numa fase crucial de sua formação. Professores também expõem seu cotidiano profissional, ajudando a pintar um quadro complexo das desigualdades e da violência no país a partir da realidade escolar. Prêmio Especial do Júri no Festival de Gramado, 2006. No mesmo festival: Prêmios da Crítica e do Juri Popular, além do prêmio de MelhorTrilha Sonora. Melhor Documentário na 29ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo (escolhido pelo Juri Oficial e pelo Juri Popular). Melhor Fotografia de Documentário, concedido pela Associação Brasileria de Cinematografia. Prêmio Especial do Juri do 10º Cine PE, Recife.

 

Pro dia nascer feliz

Documentário de João Jardim

Um dos mais impressionantes documentários sobre a realidade nacional. No caso, um rico, vasto e sensível painel do estado da educação no Brasil através de depoimentos emocionantes de jovens do ensino médio e de professores de três diferentes regiões brasileiras. Da menina Valéria que recitava poesias no longínquo sertão nordestino, lutando contra toda sorte de adversidade social, mas com um sentido de criação que chega a nos enrubescer.

Pois o que temos de reclamar por não realizar um projeto sem condições objetivas diante de tanta escassez de tudo? É emocionante o depoimento de Valéria, que afirma que ninguém na escola acreditava que era mesmo ela quem compunha seus poemas.

No extremo oposto da esquizofrênica pirâmide social brasileira, o diretor colhe, com admirável sensibilidade, as angústias dos jovens de classe média alta dos tradicionais colégios confessionais do Rio de Janeiro e São Paulo, superexigidos por pais, professores e amigos. Um painel de recursos
tecnológico-educacionais abundantes, muita expectativa de competição e muito pouco afeto.

Mas em meio a estas extremidades, o diretor João Jardim nos surpreende com a realidade mundo-cão das escolas das favelas das periferias do Rio e São Paulo. Escolas dantescas largadas à incúria das autoridades públicas, dentro do tradicional quadro de irresponsabilidade política e de ausência de
cidadania característico de nossa cultura de impunidade e de pastiche. Professores que fingem ensinar e alunos que fingem aprender, aqueles cativos do terror de alunos delinquentes e estes do narcotráfico que coabita muro a muro com a escola e alicia os jovens para o ilusório mundo das conquistas fáceis, alimentadas pela alienação consumista da mídia.

Os depoimentos que se seguem são de cortar o coração de qualquer cidadão que tenha um filho em idade escolar. Os jovens favelados, menores de idade, afirmam com escárnio que não tem lá muito problema roubar alguém ou até mesmo matar se for para livrar a cara, pois o máximo que vão pegar é três anos na Febem. Além do que sai na televisão todo o dia, que os políticos roubam muito mais e não são presos, o que justifica  a criminalidade geral da sociedade, são justamente seus políticos.Basta ligar a televisão e está lá: o crime no Brasil compensa!

Grande e dura aula de cidadania brasileira para tomarmos ciência o quanto antes que, se a educação e as instituições jurídico-políticas estão sucateadas no Brasil, só sobra mesmo a mídia para salvar o país da barbárie. Até por que o círculo vicioso da violação legal e da violência social não interessa mais a ninguém, sobretudo aos mais abastados que falam tanto dos entraves e gargalos da economia e se omitem do dever de dar o exemplo da iniciativa e da participação política.

Trata-se, pois, de um documentário imperdível para os cidadãos verem e recomendarem!

O trailer


Cinema e direitos humanos: mostra começa hoje

4ª. MostraCinema e Direitos Humanos

Hoje (3.nov.2009) tem início a 4ª. Mostra de Cinema e Direitos Humanos na América do Sul. A programação vai abaixo. Para ver os filmes, é preciso chegar cedo, pois a Cinemateca de Curitiba, que sedia o evento, tem apenas 105 lugares.

O Banco da Poesia dá uma “mostrinha” da mostra, com o trailer de uma das produções brasileiras, O Signo da Cidade, filme de 2007 com direção de Carlos Alberto Ricelli e roteiro de Bruna Lombardi, exibição programada para quinta, 05/nov, às 14 horas. Drama com Bruna Lombardi, Juca de Oliveira, Eva Wilma, Denise Fraga, Graziella Moretto e Malvino Salvador.

SignoDaCidadeCartaz

O Signo da Cidade, de Carlos Alberto Ricelli, com roteiro de Bruna Lombardi, promete ser um dos bons momentos da mostra de cinema e direitos humanos

Veja o trailer

 

e as entrevistas

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Cinemateca de Curitiba

(41) 3321-3252
R. Carlos Cavalcanti, 1174 – São Francisco
ENTRADA FRANCA

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Programação

03/11 – terça-feira

14h
YÃKWÁ, O BANQUETE DOS ESPÍRITOS – Virgínia Valadão (Brasil, 54 min, 1995, doc)
A ARCA DOS ZO’É – Dominique Tilkin Gallois, Vincent Carelli (Brasil, 22 min, 1993, doc)
O ESPÍRITO DA TV – Vincent Carelli (Brasil, 18 min, 1990, doc)
Classificação indicativa: livre

16h
CRUELDADE MORTAL – Luiz Paulino dos Santos (Brasil, 92 min, 1976, fic)
ESTRELA DE OITO PONTAS – Fernando Diniz e Marcos Magalhães (Brasil, 12 min, 1996, fic/ani)
Classificação indicativa: 16 anos

18h
ESSE HOMEM VAI MORRERUM FAROESTE CABOCLO – Emilio Gallo (Brasil, 75 min, 2008, doc)
CONTRA-CORRENTE – Agostina Guala (Argentina, 9 min, 2008, fic)
PARTIDA – Marcelo Martinessi (Paraguai, 14 min, 2008, fic)
Classificação indicativa: 16 anos

20h– Sessão de Abertura
HISTÓRIAS DE DIREITOS HUMANOS – vários diretores (diversos países, 84 min, 2008, doc/fic)
Classificação indicativa: 16 anos

04/11 – quarta-feira

14h
PRO DIA NASCER FELIZ – João Jardim (Brasil, 88 min, 2006, doc)
Classificação indicativa: livre

16h
NUNCA MAIS!!! COCHABAMBA, 11 DE JANEIRO DE 2007 – Roberto Alem (Bolívia, 52 min, 2007, doc)
DAYUMA NUNCA MAIS – Roberto Aguirre Andrade (Equador, 30 min, 2008, doc)
Classificação indicativa: livre

18h
TAMBÉM SOMOS IRMÃOS – José Carlos Burle (Brasil, 85 min, 1949, fic)
Classificação indicativa: livre

20h
GARAPA – José Padilha (Brasil, 110 min, 2008, doc)
Classificação indicativa: 12 anos

05/11 – quinta-feira

14h – Audiodescrição
O SIGNO DA CIDADE – Carlos Alberto Riccelli (Brasil, 96 min, 2007, fic)
* Sessão com audiodescrição para público com deficiência visual
Classificação indicativa: 16 anos

16h
DEVOÇÃO – Sergio Sanz (Brasil, 85 min, 2008, doc)
PHEDRA – Claudia Priscilla (Brasil, 13 min, 2008, doc)
Classificação indicativa: 12 anos

18h
SENTIDOS À FLOR DA PELE – Evaldo Mocarzel (Brasil, 80 min, 2008, doc)
PUGILE – Danilo Solferini (Brasil, 21 min, 2007, fic)
Classificação indicativa: livre

20h – Audiodescrição
NÃO CONTE A NINGUÉM – Francisco J. Lombardi (Peru / Espanha, 120 min, 1998, fic)
* Sessão com audiodescrição para público com deficiência visual
Classificação indicativa: 18 anos

06/11 – sexta-feira

14h
MOKOI TEKOÁ PETEI JEGUATÁ – DUAS ALDEIAS, UMA CAMINHADA – Arial Duarte Ortega, Germano Beñites, Jorge Morinico (Brasil, 63 min, 2008, doc)
DE VOLTA À TERRA BOA – Mari Corrêa, Vincent Carelli (Brasil, 21 min, 2008, doc)
PRÎARA JÕ, DEPOIS DO OVO, A GUERRA – Komoi Paraná (Brasil, 15 min, 2008, doc)
Classificação indicativa: livre

16h
À MARGEM DO LIXO – Evaldo Mocarzel (Brasil, 84 min, 2008, doc)
Classificação indicativa: livre

18h
O SIGNO DA CIDADE – Carlos Alberto Riccelli (Brasil, 96 min, 2007, fic)
OS SAPATOS DE ARISTEU – René Guerra (Brasil, 17 min, 2008, fic)
Classificação indicativa: 16 anos

20h
CORUMBIARA – Vincent Carelli (Brasil, 117 min, 2009, doc)
Classificação indicativa: livre

07/11 – sábado

13h30
O CAVALEIRO NEGRO – Ulf Hultberg, Åsa Faringer (Suécia / México / Dinamarca, 95min, 2007, fic)
Classificação indicativa: 14 anos
15h30
BAGATELA – A NECESSIDADE TEM CARA DE CACHORRO – Jorge Caballero (Colômbia / Espanha, 74 min, 2008, doc)
MENINO ARANHA – Mariana Lacerda (Brasil, 13 min, 2008, doc)
MENINOS – Gonzalo Rodríguez Fábregas (Uruguai, 14 min, 2008, doc)
Classificação indicativa: 12 anos

Bakun, cem anos

BakunRetrato

Miguel Bakun

Início da década de 60. A arte paranaense entra em ebulição, após um longo período de trevas, onde só o academicismo tinha entrada permitida. Anos antes, Frans Krajcberg, polonês que vivia em Monte Alegre (atual Telêmaco Borba, no Paraná) expôs suas pinturas abstratas em Curitiba e foi duramente criticado. Desiludido, chegou a retalhar quase todos os seus quadros, após a exposição fracassada. Mas, em 61, apesar de Curitiba, participou da Bienal de São Paulo e foi premiado.

Claro que alguns artistas mais avançados, como Guido Viaro e Theodoro de Bona, ainda percorrendo as águas do impressionismo, eram respeitados por suas funções de mestres. Mas nenhuma colher de chá para expressões mais modernas.

Alguns artistas do Paraná já tentavam sair das amarras da academia. Havia a pintura de Loio Pérsio, de Alcy Xavier, de Fernando Veloso, de Domício Pedroso, os dois últimos com passagem pela França, onde foram aperfeiçoar sua arte. E uma nova geração invadia a velha Escola de Música e Belas Artes, onde também estudava Nilo Previdi, dono de uma pintura mais arrojada para a época. E Luiz Carlos de Andrade Lima, que também já mostrava um forte expressionismo. Da geração de 60, sairiam Fernando Calderari, João Osório Brzezinski e, logo a seguir, Juarez Machado, só para citar alguns exemplos.

É claro que havia outros “insurgentes”, que tentavam mostar outras formas de arte, abrindo caminho para uma renovação das artes plásticas paranaenses. Entre eles, quase à deriva, passava Miguel Bakun, a quem todos dirigiam encômios, mas não era reconhecido entre os mais consagrados. Porém ele insistia, quase teimosamente, em pintar e pintar e pintar. Com os luminosos amarelos vangoguianos, que também lhe traziam preocupações místicas.

Em um dia qualquer do início daquela década, estávamos, João osório Brzezinski e eu, na Confeitaria Schaffer, na rua Quinze, quando surgiu a figura simpática de Bakun, com quem encontrávamos, de quando em quando, nas raras ocasiões em que ele passava pela Galeria Cocaco, na rua Ébano Pereira. Fora até a confeitaria para comrpar alguma coisa e, em pé, falamos com ele por alguns minutos. Já o encontramos nervoso, sem sabermos que suas lutas interiores eram, então, mais intensas. E foi a última vez que o vi, que o ouvi. Algum tempo mais tarde, bem próximo àquele último encontro, Nelson Matulevicius, frequentador do Centro de Gravura do Paraná, que funcionava, sob a batuta de Nilo Previdi, no subsolo da EMBAP, passou pela escola, bastante nervoso, para nos dar a notícia da morte de Bakun, imolado em uma corda. Encontrou-se finalmente com Van Gogh? Só ele poderia nos dizer, se fosse possível.

Como toda pessoa que morre, de repente Miguel Bakun se transformou em um gênio. Todos procuraram esquecer a humilhação a ele involuntariamente infligida quando, ao buscar um galardão em um Salão Paranaense, foi contemplado com um prêmio quase de consolação – uma caixa de pintura oferecida por uma loja de produtos artísticos. Mas Bakun foi, logo após a sua dolorida morte, transformado em um gênio incomparável. Coisas da vida, recompensas da morte.

Hoje são festejados os cem anos do nascimento de Bakun. Muitas homenagens, todas justas, embora muitas tardias. Vamos a elas.

Miguel_Bakun

Migauel Bakun - Cais do Porto, Paranaguá

Homenagem ao centenário de Miguel Bakun

Miguel Bakun era filho de Pedro Bakun – natural da cidade de Sokal – Ucrânia e Juliana Maksymowicz – natural da aldeia de Ripniv – Ucrânia. O Embaixador da Ucrânia no Brasil Volodymyr Lakomov vira de Brasília a Curitiba para as solenidades organizadas em comemoração ao centenário de nascimento de Miguel Bakun.

No dia 27 de outubro, em razão das comemorações do centenário do artista paranaense Miguel Bakun (1909-2009), a Secretaria de Estado da Cultura, por meio da Coordenadoria do Sistema Estadual de Museus (COSEM), promove uma série de atividades para celebrar a vida e obra do artista. Neste dia, acontecem na Casa Andrade Muricy (Al. Dr. Muricy, 915 – Centro) o lançamento do Museu Virtual Miguel Bakun, apresentações de grupos folclóricos ucranianos, dos quais o artista descende, e a projeção de um filme sobre ao artista, de Sylvio Back.

Os eventos começam pela manhã, às 10h30, com uma solenidade póstuma no Cemitério Municipal de Curitiba (Praça Padre João Sotto Maior, s/n, São Francisco). Lá, o público poderá assistir a apresentação do Coral da Paróquia Ucraíno, uma missa em rito bizantino, além de visitar o túmulo de Bakun.

Na parte da tarde, às 16h, a Casa Andrade Muricy (Al. Dr. Muricy, 915, centro) irá realizar o lançamento do Museu Virtual Miguel Bakun, de vínculo com a rede do Sistema Estadua de Museus do Paraná. Durante o lançamento, o grupo folclórico ucraniano Poltava irá apresentar o espetáculo com banduristas, instrumento típico eslavo.

No final do dia, 18h, ainda na CAM, o público terá a oportunidade de assistir ao filme O Auto-Retrato de Bakun (1984), dirigido e produzido por Sylvio Back. Após a projeção, que terá a duração de 43 minutos, o cineasta irá participar de um bate-papo com a platéia. A produção foi contemplada com o prêmio Glauber Rocha de “Melhor Filme”, na XIII Jornada Brasileira de Curta-Metragem da Bahia.

Museu Virtual

Colocar as obras do artista na internet foi o caminho encontrado pela COSEM para divulgar e facilitar o acesso do público geral ao trabalho e legado artístico de Miguel Bakun. “Claro que não substituem um espaço museológico físico, mas complementam, apoiam a área da museologia por divulgar acervos e contribuir para o conhecimento”, explica Eliana Réboli, coordenadora da COSEM.

Os trabalhos que estarão em exposição na internet tiveram curadoria da equipe da própria COSEM, por intermédio de uma grande pesquisa bibliográfica em conjunto com grupos de estudos do Museu de Arte Contemporânea do Paraná (MAC). “O Museu será sempre alimentado com outras obras e dados sobre Bakun”, garante Eliana.

Programação do Centenário do Nascimento de Miguel Bakun, dia 27 de outubro 2009

  • 10h30 – Solenidade Póstuma
  • Visita ao túmulo do artista
  • Oferta de flores
  • Apresentação do Coral da Paróquia Ucraíno – Católica N.S. Auxiliadora
  • Cerimonia Ucraniana em rito bizantino
  • Placa em homenagem ao centenário de nascimento do artista
  • Local: Cemitério Municipal de Curitiba (Praça Padre João Sotto Maior, s/n, São Francisco)
  • 16h – Espaço Miguel Bakun
  • Apresentação Capela de Banduristas Fialka do Grupo Folclórico Poltava
  • Lançamento do Museu Virtual Miguel Bakun vinculado à rede dos Sistema Estadual de Museus do Paraná (SEEC)
  • Local: Casa Andrade Muricy (Al. Dr. Muricy, 915 – Centro)
  • 18h – Exibição do filme, O AUTO-RETRATO DE BAKUN (1984). Roteiro, direção e produção de Sylvio Back; participação do pintor, Nelson Padrella. Co-produção: Embrafilme, Secretaria de Estado da Cultura e Fundação Cultural de Curitiba. Prêmio “Glauber Rocha”, de “Melhor Filme” na XIII Jornada Brasileira de Curta-Metragem da Bahia. Duração: 43 min.; cor/PB. Após a projeção, conversa com o cineasta Sylvio Back. Local: Casa Andrade Muricy(Al. Dr. Muricy, 915 – Centro)

O que dizem, agora, de Miguel Bakun

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Miguel Bajun - autoretrato

Com uma pintura de acentos pós-impressionistas e expressionistas, Miguel Bakun é considerado um dos pioneiros da arte moderna no Paraná. Filho de imigrantes eslavos, ingressa na Escola de Aprendizes da Marinha, em Paranaguá, no ano de 1926. É transferido para a Escola de Grumetes do Rio de Janeiro em 1928, onde conhece o jovem marinheiro e artista ainda desconhecido José Pancetti (1902 – 1958). Estimulado pelo amigo, começa a desenhar, seguindo sua inclinação de infância. Realiza desenhos nos diversos períodos em que precisa ficar de repouso por causa de acidentes. Em 1930 é desligado da Marinha por incapacidade física, em conseqüência de uma queda do mastro do navio. Transfere-se para Curitiba, onde trabalha como fotógrafo ambulante. Logo conhece os pintores Guido Viaro (1897 – 1971) e João Baptista Groff (1897 – 1970), que o incentivam a pintar. Autodidata, dedica-se profissionalmente à pintura até o fim de sua vida. Em busca de um ambiente cultural mais propício, volta ao Rio de Janeiro em 1939. Reencontra Pancetti e realiza uma série de paisagens da cidade, principalmente no morro Santa Tereza. Mas diante das dificuldades encontradas em se estabelecer como pintor, retorna em definitivo para Curitiba no início de 1940. Instala ateliê em prédio cedido pela prefeitura e passa a conviver com outros artistas avessos ao academismo, como Alcy Xavier (1933), Loio-Pérsio (1927), Marcel Leite e Nilo Previdi (1913 – 1982). Esse contato permite que Bakun conheça os valores plásticos da pintura. A surpreendente emotividade dos quadros que pinta supera as deficiências de sua formação, sendo logo notado pela crítica. Em texto de 1948, o crítico Sérgio Milliet (1898 – 1966), após visita à cidade, aponta para o espírito van-goghiano de Bakun, ressaltando que lhe falta noção da tela como um todo e há excesso de empastamento. Contudo, conclui sua crítica dizendo: “o entusiasmo do pintor, sua participação intensa na obra tornam, entretanto, simpáticos os seus próprios defeitos”. A partir de então a comparação com o artista holandês se torna recorrente, tanto com relação à pintura de Bakun quanto por seu temperamento melancólico e depressivo. O próprio artista a aceita, reconhecendo sua admiração por Vincent van Gogh (1853 – 1890), cujos quadros conhecia em reproduções ou pessoalmente. Outro ponto de semelhança entre ambos é uma certa religiosidade mística em conflito com um sentimento de profunda solidão, que de modo e intensidade diversos manifestam-se em suas obras. A década de 1950 é a mais produtiva de Bakun, que se dedica à pintura de retratos, naturezas-mortas, marinhas, mas, sobretudo, à pintura de paisagem, cuja temática mais recorrente são os arredores de Curitiba, com suas matas e casas simples e a intimidade dos fundos de quintal. É nesse último gênero que encontra seu melhor desempenho artístico. O desconhecimento das leis canônicas da perspectiva para a construção do espaço pictórico faz com que o artista invente de modo prático e intuitivo suas próprias soluções.

MarinhaBakun

Miguel Bakun - Marinha

A elaboração de um espaço quase sem profundidade e pontos de fuga, construído pela corporeidade da tinta, singulariza suas paisagens. Apesar de utilizar esboços a lápis na tela ou no papel, o desenho não comparece em suas pinturas. As formas são criadas mediante o manejo da própria matéria pictórica. Sua paleta restringe-se a tons de azul, verde, branco, por vezes laranja e vermelho e, a cor preferida, amarelo. A variação entre áreas densas e outras ralas, chegando às vezes à ausência de tinta, constitui a espacialização rítmica de suas obras. Os ambientes, em geral familiares e cotidianos como árvores no fundo do quintal, cercas, portas de madeira gastas em casas simples, beiras de estrada, bosques, adquirem um ar de mistério. O misticismo panteísta de Miguel Bakun leva-o a uma profunda vinculação com a natureza. Para ele, Deus está presente em todos os elementos vivos, animais ou vegetais, e as cores podem revelar esse componente sagrado. É nesse sentido que se devem fazer restrições aos críticos que vêem em seus trabalhos um viés puramente expressionista. Se por um lado seu olhar singular manifesta-se com liberdade, por outro o respeito pela natureza não o afasta da vontade de representação do real. O que vemos é um envolvimento entre o artista e a paisagem, no qual homem e natureza são permeáveis um ao outro. Isso se revela na sensação de proximidade espacial proporcionada por suas telas. Em fins do anos 1950 o artista introduz estranhas criaturas no quadro, numa visão animista da natureza ainda que alguns críticos, equivocadamente, vejam influência do surrealismo em seu trabalho. No início dos anos 1960 realiza obras de temática religiosa. Sente-se marginalizado com a chegada do abstracionismo, que começa a dominar as poucas exposições em Curitiba. Sua situação econômica também se torna cada vez mais precária. Esses fatores contribuem para o agravamento de sua depressão, apegando-se como nunca à religião. Em fevereiro de 1963 suicida-se em seu ateliê.

Fonte: ItaúCultural

Gloria Kirinus ministra Oficina de Crônicas

Raul Pough manda um recado:

Na próxima quarta-feira, dia 28/10, no Paço da Liberdade
(Praça Generoso Marques), terá início uma Oficina de Crônicas,
ministrada pela escritora Gloria Kirinus. Terá duração de quatro semanas (qatro quartas-feiras), no horário das 19:00 às 21:00. Sem custos!
Inscrições no local ou por telefone, 3234-4207, com Elisson ou Liliam.

GloriaKirinusGloria Kirinus é peruana, mas vive no Brasil há muitos anos. Doutora em Teoria Literária e Literatura Comparada pela USP e mestra em Literatura Brasileira pela PUC-RJ. É autora de diversos livros bilíngües de literatura
infantil e juvenil, entre eles O galo cantou por engano/El gallo cantó equivocado e Tartalira/Tortulira, publicados pela Paulinas na coleção Dobrando a língua. Também publicou o livro Criança e poesia na Pedagogia Freinet.

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Quer escrever minicontos? José Marins diz como é

O poeta e escritor José Marins, colaborador do Banco da Poesia, convida para um evento sob sua orientação, que se realizará na Biblioteca Pública do Paraná, em Curitiba. Veja abaixo os detalhes.

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O F I C I N A   D E   M I N I C O N T O S

na

Biblioteca Pública do Paraná

Rua Cândido Lopes, 133 – Centro

Auditório Paul Garfunkel

de 26 a 29 de outubro (de segunda a quinta-feira)

das 14 às 17 horas


Nobel de Literatura 2009

Herta_Muller

Herta Müller nasceu em Niţchidorf, filha de agricultores da Suábia. Ela estudou Literatura alemã e romênia na Universidade de Timişoara. Sua família era parte da minoria alemã da Romênia e sua mãe foi deportada para um campo de trabalho na União Soviética, depois da Segunda Guerra Mundial.  Em 1976, Müller começou a trabalhar como tradutora para uma empresa de engenharia, mas foi demitida em 1979 por sua recusa em cooperar com a Securitate, polícia secreta do regime comunista de Nicolae Ceauşescu. Inicialmente, ela ganhava a vida como professora de um jardim de infância e com aulas particulares de alemão. Seu primeiro livro foi publicado na Romênia (em alemão) em 1982, e apareceu apenas em uma versão censurada, como ocorria com a maioria das publicações da época.

Em 1987, Müller foi para a Alemanha com o marido, o escritor Richard Wagner. Nos anos seguintes, ela atuou como lente em universidades da Alemanha e do exterior. Vive atualmente em Berlim. Müller foi recebida pela Academia Alemã de Literatura e Poesia, em 1995, e ganhou outros seguidos galardões. Em 1997, ela retirou-se do Pen Club da Alemanha, em protesto contra a fusão com a sua antiga filial da República Democrática Alemã.

Em julho de 2008, Müller enviou uma carta aberta à crítica Horia-Roman Patapievici, presidente do Instituto Cultural Romeno, em protesto ao apoio dado pela entidade a uma escola de verão romeno-alemã, que envolvia dois ex-informantes da Securitate.

A Fundação Nobel atribuiu o Prêmio Nobel da Literatura para Müller, “que, com a concentração da poesia e a franqueza da prosa, retrata a paisagem dos despossuídos”.

OCompromissoA escritora é praticamente desconhecida na língua portuguesa. Seu único livro publicado no Brasil é Heute wär ich mir lieber nicht begegnet, traduzido em inglês como The Appointment e aqui como O compromisso (Editora Globo, tradução Lya Luft). Este título ganhou o European Literature Prize. Em Portugal, foi publicado A Terra das Ameixas Verdes, pela editora Difel, e a editora Cotovia anuncia que colocará à venda, nos próximos dias, O Homem é um Grande Faisão sobre a Terra.

Bibliografia

(Os títulos foram vertidos livremente, uma vez que a maioria ainda não foi traduzida para o Português)

  • Niederungen, contos, versão censurada publicado em Bucareste, 1982.  Versão sem censura publicada na Alemanha, 1984. Publicado em Inglês como Nadirs (Nadires), em 1999.
  • Drückender Tango (Tango Opressivo), contos, Bucareste, 1984.
  • Der Mensch ist ein großer Fasan auf der Welt (O Homem é um enorme Faisão sobre o Mundo), Berlin 1986. Publicado em Inglês como The Passport, 1989.Publicado em Portugal como O Homem é um Grande Faisão sobre a Terra.
  • Barfüßiger Februar (Barefoot February, Fevereiro Descalço), Berlim, 1987
  • Reisende auf einem Bein (Viajando sobre uma Perna), Berlim 1989. Publicado em Inglês como Traveling on one Leg, 1992.
  • Wie Wahrnehmung sich erfindet (How Perception Invents Itself, Como a Percepção Inventa a si Mesma), 1990.
  • Der Teufel sitzt im Spiegel (The Devil is Sitting in the Mirror, O Diabo está sentado no Espelho), Berlin, 1991.
  • Der Fuchs war damals schon der Jäger (Even Back Then, the Fox Was the Hunter, A Raposa que Outrora foi o Caçador), Hamburgo, 1992.
  • Eine warme Kartoffel ist ein warmes Bett (A Warm Potato Is a Warm Bed, Uma Batata Quente é uma Cama Quente)), Hamburgo, 1992.
  • Der Wächter nimmt seinen Kamm (The Guard Takes His Comb, O Guarda Toma seu Pente), Hamburgo, 1993.
  • Angekommen wie nicht da (Arrived As If Not There, Chegar como Não Aqui), Lichtenfels, 1994.
  • Herztier (Coração Animal), Hamburgo, 1994. Publicado em Inglês como The Land of Green Plums, Nova Iorque, 1996. Editado em Portugal como A Terra das Ameixas Verdes.
  • Hunger und Seide (Hunger and Silk, Fome e Seda), ensaios, Hamburgo, 1995.
  • In der Falle (In a Trap, Em uma Armadilha), Göttingen, 1996.
  • Heute wär ich mir lieber nicht begegnet (Hoje, eu prefiro não me encontrar), Hamburgo, 1997. Publicado em Inglês como The Appointment; publicado em Português como  O Compromisso, Nova Iorque/Londres, 2001.
  • Der fremde Blick oder das Leben ist ein Furz in der Laterne (The Foreign View, or Life Is a Fart in a Lantern, A Visão Estrangeira ou a Vida é um Peido em uma Lanterna), Göttingen, 1999.
  • Im Haarknoten wohnt eine Dame (A Lady Lives in the Hair Knot, Em uma cabeleira mora uma dama), poesia, Hamburgo, 2000.
  • Heimat ist das, was gesprochen wird (Home Is What Is Spoken There, O lar é o que é falado ali), Blieskastel, 2001.
  • Der König verneigt sich und tötet (“The King Bows and Kills, O rei se Inclina e Mata), ensaios, Munique (e outros locais), 2003.
  • Die blassen Herren mit den Mokkatassen (The Pale Gentlemen with their Espresso Cups, O Homem Pálido com suas Xícaras de Café), Munique (e outros locais), 2005.