Mais um abraço para a Poesia, em seu dia

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Desencanto

Manuel Bandeira

Manuel Bandeira - 1986-1968 Manuel Bandeira – 1986-1968

Eu faço versos como quem chora
De desalento… de desencanto…
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.

Meu verso é sangue. Volúpia ardente…
Tristeza esparsa… remorso vão…
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.

E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.

– Eu faço versos como quem morre.

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2 Respostas para “Mais um abraço para a Poesia, em seu dia

  1. Avatar de Ubirajara mello de almeida Ubirajara mello de almeida

    Confesso que ainda sou um andarilho na arte poética de Manuel Bandeira. Conhecia poesias menores que nunca me entusiasmaram, a partir das traduções comecei um novo olhar sobre seus versos líricos, aí sim, reside a grandeza do poeta pernambucano. Este poema é um deles, não por que sejam rimados, mas é de uma beleza encantadora. Parabéns pelo blog e obrigado pelos envios que me alertam, me insinuam a participar de uma leitura cotidiana dos grandes poetas do Brasil. Abraços fraternos.

  2. Avatar de Marina Bandeira Marina Bandeira

    Incrível a tomada de ideia dentro do poema de Bandeira. Ele foi o primeiro poeta que conheci e certamente o mais lembrado. Dizer-se fazedor de versos como quem morre é subir degraus além do que a escadaria permite.

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