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Walter Bezerra a imaginar com John Lennon e Ayrton Senna

Walter Bezerra, correntista de Maceió que abriu conta recentemente no Banco da Poesia (ver aqui), nos envia mais depósitos. O poema abaixo, inspirado no Imagine, de John Lennon, e uma crônica sobre a chegada de Ayrton Senna no céu e a conversa com seus anfitriões. Leia na página de Crônicas, número 9.

Imagine ( outra versão)

Walter Bezerra, Maceió


Imagine não existir Justiça, ONU, Constituição, Código Penal, presídios,

e mesmo assim fossem  os homens  pacíficos, justos e honestos.

Imagine que não haja muçulmanos, judeus, brancos, negros, amarelos e índios, apenas pessoas.

Imagine não existir Tratados, Concílios e Conferências, apenas consciência e voluntariedade.

Imagine que não exista  São Paulo, Flamengo, Barcelona, Liverpool e Boca, apenas a beleza e a emoção do gol.

Nenhum preconceito ou discriminação, somente respeito.

Imagine não existir  ignorância, devoção, lavagem cerebral, nenhuma idolatria.

Imagine nenhum soldado ou general, nenhum míssil ou bomba nuclear.

Imagine que não exista  Natal, nem papai Noel, e mesmo assim sejam os homens fraternos e solidários.

Imagine que não haja futuro, simplesmente esse instante.

Imagine, Lennon, se existissem no mundo milhões e milhões  de pessoas como você.

Imagine se todos tivessem a doçura e a lucidez de Carlitos.


Vera Lúcia reclama da Justiça

Vera Lúcia Kalahari envia uma crônica dura, na qual faz sua reclamação. E a reclamada é a própria Justiça, que não é aplicada de maneira justa para conter a fome e a sede dos ambiciosos de cada dia, distribuídos nos vários escalões da sociedade, principalmente nas esferas da administração pública, que deceriam ser as primeiras a dar exemplos de probidade.

Você sabe quem é o ladrão? O ladrão é… Melhor saber diretamente com Vera Lúcia, na página de Crônicas.  Clique aqui e boa leitura.

Oração a 2010

2010 que estás a chegar
tão cheio de esperanças, tal como teus irmãos passados,
venha até nós com certezas e realizações.
faze-nos atingir o caminho da Justiça, em todas as suas direções
e realiza o milagre da multiplicação dos pães
sem o auxílio mesquinho de astuciosas dádivas politicóides
mas alcançado por meio do Trabalho digno e recompensador.
Faze com que a Saúde seja também imperadora em todos os lares
e afasta principalmente as crianças das caliginosas névoas da tristeza
e da fome e da doença.
Acende a chama pentecostal do conhecimento
sobre todas as cabeças, por meio da nobreza da Educação e da alegria do Saber.
Livra-nos das promessas vazias dos homens e mulheres que querem nos liderar
e encaminha-os ao cometimento de ações sérias e consequentes
com total respeito ao imposto nosso de cada dia.
Não os deixes cair nas tentações das propinas
e não perdoa-lhes as suas ofensas, nem dá-lhes  a benção espúria da impunidade.
Unge-nos com o bálsamo da paciência
para que possamos suportar as falsidades, as descaradas mentiras,
os impropérios gramaticais dos horários eleitorais
e as ladainhas sem sentido dos salvadores da Pátria.

Amigo 2010, tu que vens com data certa para o exercício da Democracia
faze com que ela permaneça entre nós,
senhora que é da liberdade e da justiça social.
Ajuda-a a não ser usada para a prosperidade do demagogos
ou para o gozo dos déspotas.
Mostra aos pretensos donos do poder que só ela salva
e pode nos garantir o direito de opinião e de expressão
sem termos que nos submeter à censura dos donos das verdades
ou ao estulto absolutismo de um único partido.
No período eleitoral, faze que, quando houver ódio,
possamos também falar de amor sem nos envergonharmos;
quando houver ofensa, que ela seja sucedida pelo pacificação;
quando houver discórdia, que possamos remar a favor da união;
quando houver dúvida, que tenhamos de pronto o esclarecimento;
quando houver erro, que possamos chegar rápido à verdade;
quando houver desespero, ajuda-nos a manter a esperança;
quando houver tristeza, que se eleve a alegria;
quando houver trevas, que se faça a luz.

Sobretudo, aguardado 2010,
faze com que finalmente compreendamos o valor da paz e do trabalho
para que não precisemos mais suplicar por felizes anos novos.

Cleto de Assis – dezembro de 2009

Poema de João Batista do Lago

A Balança
 

liberdade
Do palácio das Liberdades
Nascem carnes podres
Podres de direitos
Podres de justiças…
 
E então os direitos
Acasalados com as Justiças
Geram frigoríficos
Onde suas carnes são depuradas
Para serem vendidas aos homens

João Batista do Lago
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Ilustração: Montagem de C. de A.