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Para Wilson Martins, que iluminou meu solitário canto*

O poeta Manoel de Andrade

O poeta Manoel de Andrade

Pois é…, eu havia citado o Wilson Martins no comentário que fiz domingo, no blog de J.B. Vidal, Palavras, Todas Palavras, sobre o Walmor Marcelino, mas ainda não sabia que o nosso grande crítico literário já viajara, sábado, para um Mundo Maior. Tal como ao Walmor, devo também a ele o grande estímulo que deu nas duas vezes que se referiu à minha poesia.

Em 02 de agosto 1980, em sua coluna no Caderno B, do Jornal do Brasil, comentando minha Canção de amor à América publicado aquele ano pela revista Encontros com a Civilização Brasileira, refere-se ao poema dizendo que “é, com certeza, um dos belos poemas do nosso tempo, integrado nos seus conflitos e perplexidades, e no qual lirismo e epopéia se combinam (no sentido químico da palavra) para formar uma terceira entelequia (a entelequia poética, alimentada pelo mundo exterior)…” .

Já em 30 de outubro de 2002, na sua coluna semanal no Caderno G, da Gazeta do Povo, comentando antologias poéticas lançadas no Paraná e o livro Próximas Palavras, editado pelo Walmor, exagera em sua generosidade ao afirmar que a “grande poesia, nesta coletânea e na literatura brasileira dos nossos dias, foi escrita por Manoel de Andrade…” . Cita, em seguida, trechos de meu poema Um homem no Cais e comenta que é “um longo poema de fulgurações whitmanianas e profunda consciência da condição humana, poesia de um homem no mundo dos homens, e também o testemunho de suas ansiedades. Basta ler esses versos simultaneamente com a maior parte dos que compõem estas antologias para perceber a diferença de natureza entre o poeta, de um lado, e, de outro, as pesadas legiões dos menores”.

Nunca tive contato com esse Mestre admirável da nossa crítica literária e, assim, não pude agradecer-lhe pessoalmente. Sempre esperei que essa oportunidade acontecesse naturalmente, mas há anos que ele, por problemas de saúde, já não aparecia em eventos culturais. Agora me sinto um pouco frustrado por não tê-lo visitado em sua casa. É que o sentimento de gratidão é uma das maiores dimensões que trago na alma e, assim, mesmo postumamente, quero registrar aqui meu agradecimento pelo aval que deu a minha poesia e rogar a Senhor da Vida que o assista e ampare seu espírito nessa misteriosa transição para a imortalidade.

Manoel de Andrade – 01/02/2010

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* Dedicatória que fiz a ele em meu livro Cantares (Escrituras, 2007)

Revista Hispanista divulga a obra de Manoel de Andrade

Suely Reis Pinheiro é professora, pesquisadora e escritora que vive em Niterói, de onde envia para o mundo a sua preciosa revista eletrônica Hispanista, já há dez anos. Doutora em Literatura Espanhola e Hispano-americana e especialista em Literaturas Hispânicas e Literatura Comparada, ela dá aulas na Universidade Federal Fluminense – UFF, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ e na UNIGRANRIO.

Sua experiência pedagógica e a visão sobre o dinamismo da Internet no processo de comunicação social, levaram-na a criar a revista eletrônica. Ela explica melhor: “A idéia de criar uma revista eletrônica, que pudesse aglutinar a força dos hispanistas, surgiu daí; apostando numa revista que disponibilizasse espaço, na grande rede e que pudesse ser consultada e utilizada, não só pelos hispanistas do Brasil, mas também de outros países“. E mais: “Neste começo de século, quando queremos, cada vez mais, intercambiar conhecimentos e experiências, a revista Hispanista aproveita o inegável valor comunicativo da Internet e se abre ao diálogo, permitindo pensar, neste terceiro milênio, questões do hispanismo e seu vasto campo multidisciplinar“.

E por que o título Hispanista?

Porque ser um hispanista ― e o termo pode ser tomado no sentido amplo ― é estar enlaçado pelos estudos hispânicos. Hispanistas somos todos, quando nos debruçamos sobre a Língua Espanhola e as Literaturas Espanhola e Hispano-Americana… uma revista aberta a várias tendências e linhas de pesquisa da área hispânica, abarca, por ser uma revista virtual, um horizonte bem mais largo do que o das revistas nãovirtuais. Reúne, em viagem intelectual, pessoas envolvidas no processo de intensificação e de divulgação das ‘cosas hispánicas’, e promove, no âmbito da reflexão e da análise, uma
instigante troca de experiências, idéias e enfoques
“.

Ela informa, ainda, que a “revista abre espaço para divulgar o trabalho científico de estudiosos da hispanidade, possibilitando, também, ao sabor da intertextualidade, que pesquisadores de outras áreas atualizem a interdisciplinariedade, nas relações entre língua, literatura, história, artes plásticas, folclore, cinema, cultura… Com isso, um grande acervo comum, facilmente acessado por todos, vai sendo formado“.

Os trabalhos publicados passam por avaliação prévia de um conselho editorial formado por professores e especialistas em literatura, brasileiros e de outros países, como Argentina, Cuba, Venezuela e Espanha. Mantém correspondentes em vários estados brasileiros e no exterior.

Mas nem só de estudos acadêmicos vive Hispanista. Há pouco tempo Suely conheceu o trabalho poético do nosso Manoel de Andrade e, de quando em quando, os publica na revista virtual, além de outros textos. Para quem quiser ler os trabalhos de Manoel de Andrade já publicados na revista Hispanista, basta clicar nos ítulos abaixo. Alguns deles também foram postados aqui no Banco da Poesia.

Começamos pelo último número (Vol X I nº 40, correspondente ao trimestre de janeiro,  fevereiro e marçoo de 2010).

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Manoel de Andrade, o poeta que escreveu para toda a América Latina

Artigo do jornalista Julio Daio Borges, publicado na revista eletrônica Digestivo Cultural

Recado à mulher amada

Poema

Canção de amor à América

Poema

Por que cantamos

Poema

Véspera

Poema

Canção para os homens sem face

Poema

Poesía y Oralidad

Ensaio

Otto René Castillo: O sonho e o martírio de um poeta

Artigo

Manoel de Andrade e Ferreira Gullar: poetas da resistência

Entrevista concedida ao jornal A Tarde, de Salvador, Bahia

Parabéns à professora Suely, por seu importante trabalho e ao poeta Manoel de Andrade, pelo reconhecimento que sua obra vem obtendo em todas as partes.