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Um trovador do Norte do Paraná

O poeta José Marins distribuiu algumas folhas de trovas de Antonio Augusto de Assis, de Maringá. Gostei e solicitei ao Marins que ampliasse as informações sobre o poeta dos três A, para publicação no Banco da Poesia. Pedido rápido e resposta idem. E eis um novo depositante de nosso Banco, que mostra não só uma pequena coleção de quadras, mas também poemínimos e um lírico soneto.

Bem vindo seja, augusto Antonio e, ainda por cima, de Assis. E mil agradecimentos ao José Marins, pela colaboração.

aaassisAntonio Agusto de Assis é poeta e trovador. Nasceu em São Fidélis, Rio de Janeiro,
no dia 07 de abril de 1933. Hoje aposentado, foi professor do Departamento de Letras
da Universidade Estadual de Maringá e reside naquela cidade do Norte do Paraná.
Integra a Academia de Letras de Maringá e a União Brasileira de Trovadores (seção
de Maringá).Editor do boletim Trovia, da UBT – Maringá e do jornal  Trovamar, da UBT – Balneário Camboriú.

Publicações do autor: Robson; Itinerário; Coleção Cadernos de A. A. de Assis – 10 volumes; O português nosso de cada dia; Poêmica; Caderno de trovas; Autor dos versos da “Missa em trovas”.

Livros disponíveis na Internet (e-books) Tábua de Trovas; Trovas Brincantes; Cem trovas no Cen (Cá Entre Nós), antologia de vários autores; 60 Trovas de Amor, antologia; 60 Trovas de Humor, antologia; 60 Trovas de Saudade e Triversos.

Por um beijo

Beijos

Por um beijo eu lhe dou o que sou e o que tenho:
os bons sonhos que sonho, as plantinhas que planto,
a pureza, a alegria, as cantigas que eu canto,
e o meu verso se acaso houver nele arte e engenho.

Por um beijo eu lhe dou, se preciso, o meu pranto,
as angústias da luta em que há tanto me empenho,
as saudades que trago do chão de onde venho,
as promessas que eu faço, piedoso, ao meu santo.

Por um beijo eu lhe dou meus anseios de paz,
minha fé na ternura e no bem que ela faz,
meu apego à esperança, que insisto em manter.

Por um beijo, um só beijo, um momento de amor,
eu lhe dou meu sorriso, eu lhe dou minha dor,
o meu todo eu lhe dou, dou-lhe inteiro o meu ser!

Poeminhas (à moda de haicais)

Florzinha caipira.
Até o girassol, tão nobre,
ao vê-la suspira.

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Um pingo… dois pingos…
não parou mais de pingar.
E se fez o mar.

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Sempre assim supus.
Pirilampo ou vaga-lume,
tanto faz: é luz.

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Trenzinho da serra…
Pa… Pa-ra-ná… Pa-ra-ná…
pra Paranaguá.

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Releio Pessoa.
Finjo tão completamente,
que a tristeza voa.

A. A. de Assis é o trovador mais premiado do Brasil, em certames nacionais, estaduais e internacionais.

Moderno, poupa viagem
o novo pombo correio:
– Hoje ele manda a mensagem
numa boa, por e-mail…

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De dia caleja a palma
o irmão que cultiva o chão;
de noite alivia a alma
nas cordas de um violão!

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Num tempo em que tantas guerras
enchem o mundo de terror
benditos os que na terra
semeiam versos de amor.