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Oração a 2010

2010 que estás a chegar
tão cheio de esperanças, tal como teus irmãos passados,
venha até nós com certezas e realizações.
faze-nos atingir o caminho da Justiça, em todas as suas direções
e realiza o milagre da multiplicação dos pães
sem o auxílio mesquinho de astuciosas dádivas politicóides
mas alcançado por meio do Trabalho digno e recompensador.
Faze com que a Saúde seja também imperadora em todos os lares
e afasta principalmente as crianças das caliginosas névoas da tristeza
e da fome e da doença.
Acende a chama pentecostal do conhecimento
sobre todas as cabeças, por meio da nobreza da Educação e da alegria do Saber.
Livra-nos das promessas vazias dos homens e mulheres que querem nos liderar
e encaminha-os ao cometimento de ações sérias e consequentes
com total respeito ao imposto nosso de cada dia.
Não os deixes cair nas tentações das propinas
e não perdoa-lhes as suas ofensas, nem dá-lhes  a benção espúria da impunidade.
Unge-nos com o bálsamo da paciência
para que possamos suportar as falsidades, as descaradas mentiras,
os impropérios gramaticais dos horários eleitorais
e as ladainhas sem sentido dos salvadores da Pátria.

Amigo 2010, tu que vens com data certa para o exercício da Democracia
faze com que ela permaneça entre nós,
senhora que é da liberdade e da justiça social.
Ajuda-a a não ser usada para a prosperidade do demagogos
ou para o gozo dos déspotas.
Mostra aos pretensos donos do poder que só ela salva
e pode nos garantir o direito de opinião e de expressão
sem termos que nos submeter à censura dos donos das verdades
ou ao estulto absolutismo de um único partido.
No período eleitoral, faze que, quando houver ódio,
possamos também falar de amor sem nos envergonharmos;
quando houver ofensa, que ela seja sucedida pelo pacificação;
quando houver discórdia, que possamos remar a favor da união;
quando houver dúvida, que tenhamos de pronto o esclarecimento;
quando houver erro, que possamos chegar rápido à verdade;
quando houver desespero, ajuda-nos a manter a esperança;
quando houver tristeza, que se eleve a alegria;
quando houver trevas, que se faça a luz.

Sobretudo, aguardado 2010,
faze com que finalmente compreendamos o valor da paz e do trabalho
para que não precisemos mais suplicar por felizes anos novos.

Cleto de Assis – dezembro de 2009

Paz natalina

Hoje, domingo, 20 de dezembro de 2009, fez um belo domingo em Curitiba. Sol e cheiro do Natal que se aproxima.

O Banco da Poesia recebeu duas contribuições apropriadas à época natalina (ver abaixo). Manoel de Andrade relembra um poema de 2002, no qual dirige seus agradecimentos pelos presentes que a vida lhe reservou. Já Vera Lúcia Kalahari imagina, lá de Portugal, todo mundo reunido junto ao presépio cristão e faz um desafio inquietante. Aproveitei a onda e postei uma croniqueta, onde reflito sobre a possibilidade — utópica, é claro — de todos os dias poderem ser dias de Natal.

Tudo para reiterar nossos votos de um ótimo Natal e um ano de 2010 (gente, já estamos vencendo a décima parcela deste Século XXI!) bastante positivo para toda a sociedade humana e, evidentemente, para a grande Gaia que nos abriga.

Para ilustrar, uma foto do Natal do HSBC, tradição iniciada por seu antecessor Bamerindus, a nota máxima do Natal curitibano. Para quem não conhece o evento: imagine uma criança em cada janela do antigo Palácio Avenida, a compor um maravilhoso coral natalino. Cleto de Assis