No domingo, enquanto preparava o post sobre o Dia da Água (ver abaixo), senti vapores de inspiração e me imaginei navegando por meu ser aquático, que já deve estar na proporção de 50%, se estiverem corretos os estudos hidrológicos do corpo humano. Terminado o trabalho mais importante, continuei no computador e as palavras seguintes verteram na tela, quase em caudal. Graças aos poetas que me acompanharm por toda a tarde.
Sou água
Cleto de Assis
Sou água impura
sem cura,
em busca da transparência.
xxxxSou água escura
xxxxsem resplendência.
Mas tenho a vontade de ser
água potável ofertada
aos que têm sede, golada,
sorvida, transfigurada.
Sou a água na parede
Lacrimejante do inverno.
Sou água em vapor no inferno
a tentar fuga sem rumo.
Sou água do fio de prumo
buscando o nível da vida.
Eis-me água estremecida
pela brisa sussurante
que o espelho desalisa.
Sou água que catalisa
A energia semovente.
Sou essa água corrente
em busca do mar sem fim.
Sou chuva de tempestade,
sou garoa da cidade,
sou a gota do rocio,
sou goteira, sou o rio,
rios que tenho em mim.
Curitiba – 21.mar.2010
Que belo poema.
Inspiração e sapiência.
“Sou água do fio de prumo
buscando o nível da vida.”
Lirismo e encanto
“Sou essa água corrente
em busca do mar sem fim.”
ritmo e magia
“sou garoa da cidade,
sou a gota do rocio,
sou goteira, sou o rio”
Que grata surpresa, Cleto. Apesar da beleza de tantos outros, este versos são especiais. Algo do seu ritmo e do seu encanto me lembram os versos que amo tanto de Antônio Gedeão em sua “Pedra Filosofal”.
Oi Cleto!
Adorei seu blog! Me encantei com esta poesia e tomei a liberdade de roubá-la e postá-la no meu blog de poesias.
Abraços e muito sucesso!