Um dos posts mais lidos no Banco da Poesia é o que apresentou Os Caminhos de Antonio Machado.Encontrei outro belo poema do poeta espanhol (1875-1938) que trago à apreciação de nossos leitores.
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A la desierta plaza
A la desierta plaza
conduce un laberinto de callejas.
A un lado, el viejo paredón sombrío
de una ruinosa iglesia;
a otro lado, la tapia blanquecina
de un huerto de cipreses y palmeras,
y, frente a mí, la casa,
y en la casa la reja
ante el cristal que levemente empaña
su figurilla plácida y risueña.
Me apartaré. No quiero
llamar a tu ventana… Primavera
viene — su veste blanca
flota en el aire de la plaza muerta — ;
viene a encender las rosas
rojas de tus rosales… Quiero verla…
À deserta praça
À deserta praça
conduz um labirinto de ruelas.
A um lado, o velho paredão sombrío
de uma igreja em ruínas;
a outro lado, o muro esbranquiçado
de um horto de ciprestes e palmeiras,
e, frente a mim, a casa,
e na casa a grade
ante o cristal que levemente empana
sua figurinha plácida e risonha.
Vou ausentar-me. Não quero
chamar a tua janela… Primavera
vem — seu vestido branco
flutua no ar da praça morta — ;
vem acender as rosas
vermelhas de teus rosais… Quero vê-la…
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“Mi infancia son recuerdos de una plaza de Sevilla”. Cleto, tente achar o poema deste verso e publique também…
Manoel:
Tenho o poema a que você se refere. Mas um pequeno equívoco se alastrou na Internet: o verso primeiro do oriuginal não se refere a uma praça — “Mi infancia son recuerdos de un patio de Sevilla”.
O poema de Machado que inicia com esse verso é “Retrato”. Tão logo tenha a versão em Português, eu o publicarei. É, de fato, muito bonito.
Grato pela lembrança.
Cleto
Cleto, Na verdade é pátio. Eu é que me enganei. Faz tanto tempo que li e a beleza desse primeiro verso fez lembrar que minha infância também são recordações de uma praça de Itajaí. Obrigado Cleto. Publique. A beleza deve ser partilhada…
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