Ainda não conheço Iriene Borges pessoalmente. Quase por acaso, passei em seu blog e li seus versos. Gostei: com certeza estamos diante de uma nova e promissora poeta paranaense. Para supresa minha, notei que ela colocou o Banco da Poesia em seus links, o que já nos torna amigos virtuais. Em rápida comunicação, pedi licença para publicar seus poemas e solicitei algumas referências biográficas. Ela vive em Curitiba, estuda artes plásticas na Escola de Música e Belas Artes do Paraná. Poeta, participa do livro Pó &Teias – Antologia de Poemas, crônicas e Contos, edição de 2006, e de Balela, a ser publicado ainda em 2009. Estreia hoje no Banco da Poesia. Espero que seja nossa constante correntista. Bem vinda seja, Iriene.
Práticas antigas
Eu dançarei sobre teu túmulo
Paganismo inerte
Música que aprendi de ouvido
no pulsar envenenado
que me perverte
mas sustenta o fôlego
Desfarei no giro dos quadris
A mandinga e a modorra
que lançaste-me sobre a libido
Terei teu jazigo revolvido
e até o verme cuidarei que morra
sob coreografias febris
Ocorre que as hordas infernais
são palavras esmurrando minha porta
e as logro no encanto das cantigas
E entre ritos novos e práticas antigas
vislumbro-te carne exposta
nas manchetes dos jornais
Breve dançarei sobre teu túmulo
Alquimia
Adorno-me com falsas pepitas
que brilham no breu
Ardil que ante os espelhos
desvia-me de ver
Ouro de tolo sou eu
_________
Ilustrações: C. de A.
Muito bom te ler por aqui, Irene.